sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Geografia
A caatinga


A caatinga ocupa uma área de cerca de 734.478 km², cerca de 11% do território nacional englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do Norte de Minas Gerais (Sudeste do Brasil).
Apresenta vegetação típica de regiões
semi-áridas com perda de folhagem pela vegetação durante a estação seca.
Anteriormente acreditava-se que a caatinga seria o resultado da degradação de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata Atlântica ou a Floresta Amazônica.
Essa crença sempre levou à falsa idéia de que o bioma seria homogêneo, com biota pobre em espécies e em endemismos, estando pouco alterada ou ameaçada, desde o início da colonização do Brasil, tratamento este que tem permitido a degradação do meio ambiente e a extinção em âmbito local de várias espécies, principalmente de grandes mamíferos, cujo registro em muitos casos restringe-se atualmente à associação com a denominação das localidades onde existiram. Entretanto, estudos e compilações de dados mais recentes apontam a caatinga como rica em biodiversidade e endemismos, e bastante heterogênea.
Muitas áreas que eram consideradas como primárias são, na verdade, o produto de interação entre o homem nordestino e o seu ambiente, fruto de uma exploração que se estende desde o século XVI.
A vegetação da caatinga é adaptada às condições de aridez (xerófila). Quanto à
flora, foram registradas até o momento cerca de 1000 espécies, estimando-se que haja um total de 2000 a 3000 plantas.
Com relação à fauna, esta é depauperada, com baixas densidades de indivíduos e poucas espécies endêmicas.
Apesar da pequena densidade e do pouco endemismo, já foram identificadas 17 espécies de anfíbios, 44 de répteis, 695 de aves e 120 de mamíferos, num total de 876 espécies animais, pouco se conhecendo em relação aos invertebrados.
Descrições de novas espécies vêm sendo registradas, indicando um conhecimento botânico e zoológico bastante precário deste ecossistema, que segundo os pesquisadores é considerado o menos conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros.
Além da importância biológica, a caatinga apresenta um potencial econômico ainda pouco valorizado.

Em termos forrageiros, apresenta espécies como o pau-ferro, a catingueira verdadeira, a catingueira rasteira, a canafístula, o mororó e o juazeiro que poderiam ser utilizadas como opção alimentar para caprinos, ovinos, bovinos e muares.
Entre as de potencialidade frutífera, destacam-se o umbú, o araticum, o jatobá, o murici e o licuri e, entre as espécies medicinais, encontram-se a aroeira, a braúna, o quatro-patacas, o pinhão, o velame, o marmeleiro, o angico, o sabiá, o jericó, entre outras.


Biologia

Digestão de carboidratos, lipídios e proteínas



DIGESTÃO E ABSORÇÃO

Apesar da identificação de uma lipase lingual secretada pelas células da base da língua, não há a digestão salivar dos lipídios devido a não haver um refluxo para a boca.
Dessa forma, a identificação de uma lipase gástrica provavelmente corresponde àquela secretada pela língua. Porém , o pH extremamente ácido do estômago não possibilita a ação integral desta lipase gástrica, diminuindo a velocidade de sua ação enzimática, havendo apenas a quebra de algumas ligações de ésteres de ácidos graxos de cadeia curta. Em crianças lactentes, entretanto, o pH gástrico aproxima-se bastante da neutralidade o que indica que a lipase gástrica pode ter ação na digestão das gorduras do leite.
Mesmo assim, esta digestão não é eficiente devido as gorduras não estarem emulsificadas, o que dificulta a ação desta enzima hidrolítica.
A ação gástrica na digestão dos lipídios, portanto, está relacionada com os movimentos peristálticos do estômago, produzindo uma emulsificação dos lipídios, dispersando-os de maneira equivalente pelo bolo alimentar.
A chegada do bolo alimentar acidificado no duodeno induz a liberação hormônio digestivo colecistocinina (um peptídeo de 33 aminoácidos, também denominado pancreozimina) que, por sua vez, promove a contração da vesícula biliar, liberando a
bile para o duodeno.
Os
ácidos biliares são derivados do colesterol e sintetizados no fígado. São denominados primários (ácido cólico, taurocólico, glicocólico, quenodesoxicólico e seus derivados) quando excretados no duodeno, sendo convertidos em secundários (desoxicólico e litocólico) por ação das bactérias intestinais. A bile, ainda, excreta o colesterol sanguíneo em excesso, juntamente com a bilirrubina (produto final da degradação da hemoglobina).
A colecistocinina possui, ainda, função de estímulo do pâncreas para a liberação do suco pancreático, juntamente com outro hormônio liberado pelo duodeno, a secretina. O suco pancreático possui várias enzimas digestivas (principalmente proteases e carboidratases) sendo a lipase pancreática a responsável pela hidrólise das ligações ésteres dos lipídios liberando grande quantidades de colesterol, ácidos graxos, glicerol e algumas moléculas de mono-acil-gliceróis.
Os lipídios livres são, então, emulsificados pelos sais biliares em micelas e
absorvidos pela mucosa intestinal que promove a liberação da porção polar hidrófila (sais biliares) para a circulação porta hepática e um processo de ressíntese dos lipídios absorvidos com a formação de novas moléculas de tri-acil-gliceróis e ésteres de colesterol, que são adicionados de uma proteína (apo-proteína 48, ou aop-48) formando a lipoproteína quilimíocron, que é absorvida pelo duto linfático abdominal, seguindo para o duto linfático torácico e liberada na circulação sangüínea ao nível da veia jugular.
A digestão dos carboidratos inicia-se na boca, a mastigação fraciona o alimento e o mistura com a saliva, a amilase salivar ou ptialina secretada pelas glândulas salivares inicia a degradação do amido em maltose.No estomago, o pH ácido bloqueia a atuação da amilase impedindo a sua ação.No entanto, até que o alimento se misture completamente com o suco gástrico, 30% do amido ingerido já foi degradado em maltose.No duodeno, o quimo recebe a enzima amilase pancreática, produzida pelo pâncreas; esta enzima completa a digestão do amido em maltose.Já no intestino delgado, onde se faz mais intensamente a digestão dos carboidratos, as células da borda em escovas das vilosidades secretam três dissacaridases:maltase, frutase e lactase.Estas enzimas degradam os dissacarídeos em seus componentes monoméricos glicose, frutose e galactose.
Os carboidratos são absorvidos no intestino delgado e levados para a corrente sangüínea na forma de monossacarídeos, principalmente glicose, alguma frutose e galactose.A maior absorção da glicose ocorre por difusão ou por um mecanismo de transporte ativo envolvendo o sódio como carreador.Por meio dos capilares os açucares simples entram na circulação portal e são transportados para o fígado.Nesse órgão, a frutose e a galactose são convertidas a glicose, e a glicose restante é convertida a glicogênio para reserva.O glicogênio é constantemente reconvertido a glicose de acordo com as necessidades do organismo.
A digestão de proteína começa no estômago, onde as proteínas se decompõem em proteoses, peptonas e polipeptídeos grandes, e continua no intestino delgado pela ação das enzimas proteolíticas provenientes do pâncreas e da mucosa intestinal. No estômago, o pepsinogênio inativo é convertido na enzima pepsina quando ele entra em contato com o ácido hidroclorídrico e outras moléculas de pepsina por estímulo da presença do alimento. Esta enzima começa a quebra ou clivagem das proteínas dos alimentos, principalmente o colágeno, a principal proteína do tecido conjuntivo.As proenzimas pancreáticas são ativadas pela enteroquinas e do suco intestinal que transforma o tripsinogênio em tripsina por meio de uma hidrólise. Esse processo é continuado por uma ativação em cascata das outras proenzimas pancreáticas através da ação da tripsina. A tripsina, quimiotripsina e carboxipolipeptidase pancreáticas decompõem a proteína intacta e continuam a decomposição iniciada no estômago até que se formem pequenos polipeptídeos e aminoácidos .As peptidases proteolíticas localizadas na borda em escova também atuam sobre os polipetídeos, transformando-os em aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídeos.A fase final da digestão de proteínas ocorre na borda em escova, onde os dipeptídeose tripeptídeos são hidrolisados em seus aminoácidos constituintes pelas hidrolases peptídicas. Os peptídeos e aminoácidos absorvidos são transportados ao fígado através da veia porta. Quase toda a proteína é absorvida no momento em que atinge o final do jejuno e apenas 1% da proteína ingerida é encontrado nas fezes.Resumo da digestão, absorção e utilização de proteínas.Estrutura/ProteínaBoca :Tritura os alimentos;Estomâgo:Ácido clorídrico desnatura proteínas e a pepsina, inicia a hidrólise;Intestino Delgado:No lúmen intestinal, as enzimas pancreáticas digerem a proteína ingerida (e a endógena) a dipeptídeos e tripeptídeos; dipeptidases e tripeptidases nas bordaduras "em escova" das células da mucosa digerem dipeptídeos e tripeptídeos até aminoácidos;Fígado:Mantém o balanço dos aminoácidos plasmáticos, sintetiza proteínas essenciais, enzimas, lipoproteínas e albumina. Converte esqueleto carbônico do aminoácido em glicose. è responsável pela síntese de 95% da uréia;Sistema circulatório:Sangue transporta aminoácidos absorvidos e proteínas sintetizadas;Rim :Sintetiza uréia em condições especiais e a elimina pel urina;Intestino Grosso:Elimina material não digerido que pode ser fermentado pela flora intestinal.Podemos concluir que o sistema digestivo serve para que os nutrintes seja levados pela corrente sangüínea a cada uma de nossas células, para serem então absorvidos.Com a digestão quebramos as moléculas maiores como carboidratos, proteínas e lipídios em moléculas menores e absorvíveis pelas células, como monossacarídeos, aminoácidos.
Física

O PIXEL: Uma unidade fundamental para todas as imagens digitais

O crescente avanço da tecnologia de câmeras digitais pode gerar muita confusão já que muitos termos novos são introduzidos freqüentemente. Esse tutorial tem como objetivo esclarecer um pouco essa confusão de pixels digitais -- especialmente para os que estão pensando em (ou acabam de) comprar a sua primeira câmera digital. Conceitos como tamanho do sensor, megapixels, 'dithering' e tamanhos de impressão serão discutidos.
Todas as imagens digitais são constituídas por um mesmo elemento no seu nível mais básico: o pixel. A palavra vem da junção das palavras "PICture" e "ELement", que significam "imagem" e "elemento", respectivamente. Da mesma forma que o movimento pontilista usa uma série de pequenas 'manchas' de tinta para formar uma imagem, milhões de pixels podem ser combinados para criar uma imagem detalhada e aparentemente continua.

Cada pixel contém uma série de números que descrevem a sua cor ou intensidade. A precisão com a qual cada pixel pode especificar sua cor é chamada de "profundidade de bit" ou "profundidade de cor". Quanto mais pixels uma imagem tem, maior a capacidade de representar detalhes ela tem. Note o uso da palavra 'capacidade'; o simples fato de ter mais pixels não significa necessariamente que eles são utilizados por completo. Esse fato é muito importante e voltaremos a ele depois.

Tamanho de impressão:

pixels por polegada e pontos por polegada
Já que um pixel é só uma unidade de informação lógica ela é inútil para descrever tamanhos de impressões no mundo real -- a menos que seja especificado o tamanho de cada pixel. Os termos pixel por polegada (PPI, do inglês 'pixels per inch') e pontos por polegada (DPI, do inglês 'dots per inch') foram ambos introduzidos para relacionar essa unidade 'teórica' (a dos pixels) com uma resolução visual real. Esses termos costumam ser errôneamente trocados (especialmente quando se fala em impressoras de jato de tinta) -- levando à uma confusão quanto a resolução máxima de impressão de um aparelho.
"Pixel por polegada" é o mais simples dos dois termos. Ele descreve exatamente o que diz: quantos pixels uma imagem contém por cada polegada de distância na horizontal e na vertical. "Pontos por polegada" pode parecer simples a princípio. A complicação surge pois um aparelho pode necessitar diversos pontos para criar um único pixel; desse modo, um dado número de pontos por polegada nem sempre leva a mesma resolução em dois aparelhos diferentes. Usar diversos pontos para criar cada um dos pixels é um processo chamado de 'dithering'.



Um aparelho com um número limitado de cores de tinta pode enganar o olha ao colocá-las em pequenos padrões -- assim o aparelho cria a impressão de diversas cores se cada um dos 'sub-pixels' que cria para cada pixel real é pequeno o suficiente (esse processo pode ser visto ao se analisar com cuidado uma fotografia colorida num jornal). O exemplo da imagem acima usa 128 cores para descrever cada um dos pixels, a versão 'dithered', no entanto, utiliza apenas 24 cores, mas praticamente mantém a impressão visual de 'degradê' da imagem original. Há uma diferença crítica: cada ponto de cor na imagem 'dithered' tem que ser muito menor que um pixel individual. Como resultado, imagens normalmente têm que ter um DPI muito maior que o PPI para alcançar o mesmo nível de detalhe. PPI é também muito mais universal porque não requer conhecimento do aparelho para que seja possível compreender quão detalhada a impressão será.
O padrão para impressões feitas em laboratórios fotográficos é de aproximadamente 300 PPI, impressoras de jato de tinta, no entanto, precisam de muitas vezes esse número de PPI para atingir a mesma qualidade (dependendo do número de tintas usadas). A resolução da impressão depende muito da aplicação; revistas e jornais normalmente usam bem menos que 300 PPI. Quanto mais uma imagem for aumentada, menor será o seu PPI (assumindo que se mantenha o número de pixels fixo).





Câmera e 'razão de aspecto' das imagens




Os cálculos de tamanho de impressão acima assumiam que a 'razão de aspecto' (do inglês: "aspect ratio"), ou a razão entre a maior e a menor dimensões da imagem, fosse o padrão de 3:2 usado para câmeras de 35mm. Na verdade, a maioria das câmeras compactas, monitores e telas de TV têm um "aspect ratio" de 4:3, enquanto a maioria das câmeras SLR ("single lens reflex") usam 3:2. No entanto muitos outros formatos existem: alguns equipamentos de alto nível usam uma imagem quadrada 1:1 e filmes em DVD são alongados para o 16:9 comum em cinemas.
Isso significa que se a sua câmera usa um aspecto de 4:3, mas você precisa de uma cópia 10x15 então muitos de seus megapixels serão desperdiçados (11% para ser exato). Não se esqueça de considerar isso se a sua câmera tem um aspecto diferente daquele que deseja utilizar para as impressões.
Os pixels também podem ter uma razão de aspecto, apesar de isso ser bastante incomum. Alguns padrões de vídeo e as antigas câmeras Nikon utilizam pixels com dimensões estranhas.



Sensor em Câmeras Compactas e Sensor em Câmeras SLR


Tamanho do sensor: nem todos os pixels nascem iguais
Mesmo se duas câmeras tiverem o mesmo número de pixels, isso não significa necessariamente que o tamanho desses pixels é o mesmo. O principal fator que distingue uma câmera cara SLR de uma compacta barata é que a primeira tem um
sensor digital de área muito maior. Isso significa que se tanto a SLR quanto a compacta tiverem o mesmo número de pixels, o tamanho de cada pixel na SLR será muito maior.
Por que se importar com quão grande os pixels são? Um pixel maior possui maior área para agregar luz, o que significa que o sinal de luz é mais forte em um dado intervalo de tempo.
Isso normalmente resulta numa melhor
'razão sinal-ruído' (em inglês 'signal to noise ratio', SNR), o que cria imagens muito mais suaves e mais detalhadas. Mais ainda, a 'gama dinâmica' (também chamado de 'alcance dinâmico' ou 'faixa dinâmica'; do inglês 'dynamic range', o que indica a gama de luz ou escuridão que a câmera pode capturar sem que o pixel se torne completamente preto ou que ocorra um 'corte de brilhos') das imagens também aumenta com pixels maiores. Isso ocorre pois cada poço de pixels pode conter mais fótons antes de ficar cheio e se tornar completamente branco.


O diagrama abaixo ilustra o tamanho relativo de diversos sensores que normalmente são usados no mercado hoje. A maioria das câmeras SLR tem um fator de corte (em inglês 'crop factor') de 1.5X ou 1.6X (quando comparadas com câmeras de 35mm), mesmo assim alguns modelos de altíssimo nível tem um sensor do mesmo tamanho que um filme de 35mm, portanto o fator de corte é 1X (pode-se dizer também que não tem fator de corte). Os tamanhos dos sensores dados na imagem não refletem o tamanho da diagonal dos mesmos (que seria a medida tradicional usada para medir filmes), mas são os tamanhos aproximados do 'círculo de imagem' (que nem sempre é completamente utilizado). Mesmo assim, esse é o número dado na especificação da maioria das câmeras compactas.



Matemática

HISTÓRIA DA GEOMETRIA


Uma estranha construção feita pelos antigos persas para estudar o movimento dos astros. Um compasso antigo. Um vetusto esquadro e, sob ele, a demonstração figurada do teorema de Pitágoras. Um papiro com desenhos geométricos e o busto do grande Euclides. São etapas fundamentais no desenvolvimento da Geometria. Mas, muito antes da compilação dos conhecimentos existentes, os homens criavam, ao sabor da experiência, as bases da Geometria. E realizavam operações mentais que depois seriam concretizadas nas figuras geométricas.

Uma medida para a vida

As origens da Geometria (do grego medir a terra) parecem coincidir com as necessidades do dia-a-dia. Partilhar terras férteis às margens dos rios, construir casas, observar e prever os movimentos dos astros, são algumas das muitas atividades humanas que sempre dependeram de operações geométricas. Documentos sobre as antigas civilizações egípcia e babilônica comprovam bons conhecimentos do assunto, geralmente ligados à astrologia. Na Grécia, porém, é que o gênio de grandes matemáticos lhes deu forma definitiva. Dos gregos anteriores a Euclides, Arquimedes e Apolônio, consta apenas o fragmento de um trabalho de Hipócrates. E o resumo feito por Proclo ao comentar os "Elementos" de Euclides, obra que data do século V a.C., refere-se a Tales de Mileto como o introdutor da Geometria na Grécia, por importação do Egito.
Pitágoras deu nome a um importante teorema sobre o triângulo-retângulo, que inaugurou um novo conceito de demonstração matemática. Mas enquanto a escola pitagórica do século VI a.C. constituía uma espécie de seita filosófica, que envolvia em mistério seus conhecimentos, os "Elementos" de Euclides representam a introdução de um método consistente que contribui há mais de vinte séculos para o progresso das ciências. Trata-se do sistema axiomático, que parte dos conceitos e proposições admitidos sem demonstração (postulados o axiomas) para construir de maneira lógica tudo o mais. Assim, três conceitos fundamentais - o ponto, a reta e o círculo - e cinco postulados a eles referentes servem de base para toda Geometria chamada euclidiana, útil até hoje, apesar da existência de geometrias não-euclidianas baseadas em postulados diferentes (e contraditórios) dos de Euclides.

O corpo como unidade

As primeiras unidades de medida referiam-se direta ou indiretamente ao corpo humano: palmo, pé, passo, braça, cúbito. Por volta de 3500 a.C. - quando na Mesopotâmia e no Egito começaram a ser construídos os primeiros templos - seus projetistas tiveram de encontrar unidades mais uniformes e precisas. Adotaram a longitude das partes do corpo de um único homem (geralmente o rei) e com essas medidas construíram réguas de madeira e metal, ou cordas com nós, que foram as primeiras medidas oficiais de comprimento.


Ângulos e figuras

Tanto entre os sumérios como entre os egípcios, os campos primitivos tinham forma retangular. Também os edifícios possuíam plantas regulares, o que obrigava os arquitetos a construírem muitos ângulos retos (de 90º). Embora de bagagem intelectual reduzida, aqueles homens já resolviam o problema como um desenhista de hoje. Por meio de duas estacas cravadas na terra assinalavam um segmento de reta. Em seguida prendiam e esticavam cordas que funcionavam à maneira de compassos: dois arcos de circunferência se cortam e determinam dois pontos que, unidos, secionam perpendicularmente a outra reta, formando os ângulos retos.
O problema mais comum para um construtor é traçar, por um ponto dado, a perpendicular a uma reta. O processo anterior não resolve este problema, em que o vértice do ângulo reto já está determinado de antemão. Os antigos geômetras, o solucionavam por meio de três cordas, colocadas de modo a formar os lados de um triângulo-retângulo. Essas cordas tinham comprimentos equivalentes a 3, 4 e 5 unidades respectivamente. O teorema de Pitágoras explica porque: em todo triângulo-retângulo, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa (lado oposto ao ângulo reto). E 32+42=52, isto é, 9+16=25.
Qualquer trio de números inteiros ou não que respeitem tal relação definem triângulos-retângulos, que já na antiguidade foram padronizados na forma de esquadros.


Para medir superfícies

Os sacerdotes encarregados de arrecadar os impostos sobre a terra provavelmente começaram a calcular a extensão dos campos por meio de um simples golpe de vista. Certo dia, ao observar trabalhadores pavimentando com mosaicos quadrados uma superfície retangular, algum sacerdote deve ter notado que, para conhecer o total de mosaicos, bastava contar os de uma fileira e repetir esse número tantas vezes quantas fileiras houvesse. Assim nasceu a fórmula da área do retângulo: multiplicar a base pela altura.
Já para descobrir a área do triângulo, os antigos fiscais seguiram um raciocínio extremamente geométrico. Para acompanhá-lo, basta tomar um quadrado ou um retângulo e dividí-lo em quadradinhos iguais. Suponhamos que o quadrado tenha 9 "casas" e o retângulo 12. Esses números exprimem então a área dessas figuras. Cortando o quadrado em duas partes iguais, segundo a linha diagonal, aparecem dois triângulos iguais, cuja área, naturalmente, é a metade da área do quadrado.
Quando deparavam com uma superfície irregular da terra (nem quadrada, nem triangular), os primeiros cartógrafos e agrimensores apelavam para o artifício conhecido como triangulação: começando num ângulo qualquer, traçavam linhas a todos os demais ângulos visíveis do campo, e assim este ficava completamente dividido em porções triangulares, cujas áreas somadas davam a área total. Esse método - em uso até hoje - produzia pequenos erros, quando o terreno não era plano ou possuía bordos curvos.






De fato, muitos terrenos seguem o contorno de um morro ou o curso de um rio. E construções há que requerem uma parede curva. Assim, um novo problema se apresenta: como determinar o comprimento de uma circunferência e a área de um círculo. Por circunferência entende-se a linha da periferia do círculo, sendo este uma superfície. Já os antigos geômetras observavam que, para demarcar círculos, grandes ou pequenos, era necessário usar uma corda, longa ou curta, e girá-la em torno de um ponto fixo, que era a estaca cravada no solo como centro da figura. O comprimento dessa corda - conhecido hoje como raio - tinha algo a ver com o comprimento da circunferência. Retirando a corda da estaca e colocando-a sobre a circunferência para ver quantas vezes cabia nela, puderam comprovar que cabia um pouco mais de seis vezes e um quarto. Qualquer que fosse o tamanho da corda, o resultado era o mesmo. Assim tiraram algumas conclusões: a) o comprimento de uma circunferência é sempre cerca de 6,28 vezes maior que o de seu raio; b) para conhecer o comprimento de uma circunferência, basta averiguar o comprimento do raio e multiplicá-lo por 6,28.
E a área do círculo? A história da Geometria explica-a de modo simples e interessante. Cerca de 2000 anos a.C., um escriba egípcio chamado Ahmes matutava diante do desenho de um círculo no qual havia traçado o respectivo raio. Seu propósito era encontrar a área da figura.
Conta a tradição que Ahmes solucionou o problema facilmente: antes, pensou em determinar a área de um quadrado e calcular quantas vezes essa área caberia na área do círculo. Que quadrado escolher? Um qualquer? Parecia razoável tomar o que tivesse como lado o próprio raio da figura. Assim fez, e comprovou que o quadrado estava contido no círculo mais de 3 vezes e menos de 4, ou aproximadamente, três vezes e um sétimo (atualmente dizemos 3,14 vezes). Concluiu então que, para saber a área de um círculo, basta calcular a área de um quadrado construído sobre o raio e multiplicar a respectiva área por 3,14.
O número 3,14 é básico na Geometria e na Matemática. Os gregos tornaram-no um pouco menos inexato: 3,1416. Hoje, o símbolo p ("pi") representa esse número irracional, já determinado com uma aproximação de várias dezenas de casas decimais. Seu nome só tem uns duzentos anos e foi tirado da primeira sílaba da palavra peripheria, significando circunferência.




Novas figuras


Por volta de 500 a.C., as primeiras universidades eram fundadas na Grécia. Tales e seu discípulo Pitágoras coligiram todo o conhecimento do Egito, da Etúrria, da Babilônia, e mesmo da Índia, para desenvolvê-los e aplicá-los à matemática, navegação e religião. A curiosidade crescia e os livros sobre Geometria eram muito procurados. Um compasso logo substituiu a corda e a estaca para traçar círculos, e o novo instrumento foi incorporado ao arsenal dos geômetras. O conhecimento do Universo aumentava com rapidez e a escola pitagórica chegou a afirmar que a Terra era esférica, e não plana. Surgiam novas construções geométricas, e suas áreas e perímetros eram agora fáceis de calcular.
Uma dessas figuras foi chamada polígono, do grego polygon, que significa "muitos ângulos". Atualmente até rotas de navios e aviões são traçadas por intermédio de avançados métodos de Geometria, incorporados ao equipamento de radar e outros aparelhos. O que não é de estranhar"desde os tempos da antiga Grécia, a Geometria sempre foi uma ciência aplicada, ou seja, empregada para resolver problemas práticos. Dos problemas que os gregos conseguiram solucionar, dois merecem referência: o cálculo da distância de um objeto a um observador e o cálculo da altura de uma construção.
No primeiro caso, para calcular, por exemplo, a distância de um barco até a costa, recorria-se a um curioso artifício. Dois observadores se postavam de maneira que um deles pudesse ver o barco sob um ângulo de 90º com relação à linha da costa e o outro sob um ângulo de 45º. Isto feito, a nave e os dois observadores ficavam exatamente nos vértices de um triângulo isósceles, porque os dois ângulos agudos mediam 45º cada um, e portanto os catetos eram iguais. Bastava medir a distância entre os dois observadores para conhecer a distância do barco até a costa.





O cálculo da altura de uma construção, de um monumento ou de uma árvore é também muito simples: crava-se verticalmente uma estaca na terra e espera-se o instante em que a extensão de sua sombra seja igual à sua altura. O triângulo formado pela estaca, sua sombra e a linha que une os extremos de ambos é isósceles. Basta medir a sombra para conhecer a altura.



A Geometria está apoiada sobre alguns postulados, axiomas, definições e teoremas, sendo que essas definições e postulados são usados para demonstrar a validade de cada teorema. Alguns desses objetos são aceitos sem demonstração, isto é, você deve aceitar tais conceitos porque os mesmos parecem funcionar na prática!





A Geometria permite que façamos uso dos conceitos elementares para construir outros objetos mais complexos como: pontos especiais, retas especiais, planos dos mais variados tipos, ângulos, médias, centros de gravidade de objetos, etc.


Algumas definições
Polígono: É uma figura plana formada por três ou mais segmentos de reta que se intersectam dois a dois. Os segmentos de reta são denominados lados do polígono.Os pontos de intersecção são denominados vértices do polígono. A região interior ao polígono é muitas vezes tratada como se fosse o próprio polígono





Polígono convexo: É um polígono construído de modo que os prolongamentos dos lados nunca ficarão no interior da figura original. Se dois pontos pertencem a um polígono convexo, então todo o segmento tendo estes dois pontos como extremidades, estará inteiramente contido no polígono.

Polígono não convexo: Um polígono é dito não convexo se dados dois pontos do polígono, o segmento que tem estes pontos como extremidades, contiver pontos que estão fora do polígono.





Segmentos congruentes: Dois segmentos ou ângulos são congruentes quando têm as mesmas medidas



Paralelogramo: É um quadrilátero cujos lados opostos são paralelos.

Pode-se mostrar que num paralelogramo:
Os lados opostos são congruentes;
Os ângulos opostos são congruentes;
A soma de dois ângulos consecutivos vale 180o;
As diagonais cortam-se ao meio.

Losango: Paralelogramo que tem todos os quatro
lados congruentes. As diagonais de um losango formam um ângulo de 90o.



Retângulo: É um paralelogramo com quatro ângulos retos e dois pares de lados paralelos.






Trapézio Quadrilátero: Que só possui dois lados opostos paralelos com comprimentos distintos, denominados base menor e base maior. Pode-se mostrar que o segmento que liga os pontos médios dos lados não paralelos de um trapézio é paralelo às bases e o seu comprimento é a média aritmética das somas das medidas das bases maior e menor do trapézio.



Trapézio isósceles: Trapézio cujos lados não paralelos são congruentes. Neste caso, existem dois ângulos congruentes e dois lados congruentes. Este quadrilátero é obtido pela retirada de um triângulo isósceles menor superior (amarelo) do triângulo isósceles maior.




"Pipa" ou "papagaio": É um quadrilátero que tem dois pares de lados consecutivos congruentes, mas os seus lados opostos não são congruentes.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Química

História da Química

Primeiros avanços da química


O princípio do domínio da química (que para alguns antropólogos coincide com o princípio do homem moderno) é o domínio do fogo. Há indícios de que faz mais de 500.000 anos, em tempos do Homo erectus, algumas tribos conseguiram este sucesso que ainda hoje é uma das tecnologias mais importantes. Não só dava luz e calor na noite, como ajudava a proteger-se contra os animais selvagens. Também permitia a preparação de comida cozida. Esta continha menos microorganismos patogênicos e era mais facilmente digerida. Assim, baixava-se a mortalidade e melhoravam as condições gerais de vida.
O fogo também permitia conservar melhor a comida e especialmente a
carne e os peixes secando-os e defumando-os.
Desde este momento teve uma relação intensa entre as cozinhas e os primeiros
laboratórios químicos até o ponto que a pólvora negra foi descoberta por uns cozinheiros chineses.
Finalmente, foram imprescindíveis para o futuro desenvolvimento da
metalurgia materiais como a cerâmica e o vidro, além da maioria dos processos químicos.



A metalurgia

A metalurgia como um dos principais processos de transformação utilizados até hoje começou com o descobrimento do cobre. Ainda que exista na natureza como Elemento químico, a maior parte acha-se em forma de minerais como a calcopirita, a azurita ou a malaquita. Especialmente as últimas são facilmente reduzidas ao metal. Supõe-se que algumas jóias fabricadas de algum destes minerais e caídas acidentalmente ao fogo levaram ao desenvolvimento dos processos correspondentes para obter o metal.
Depois, por experimentação ou como resultado de misturas acidentais se descobriu que as propriedades mecânicas do cobre podiam-se melhorar em suas ligas de metais. Especial sucesso teve a
liga de metais do cobre com o estanho e traças de outros elementos como o arsênico — liga conhecida como bronze — que se conseguiu de forma aparentemente independente no Oriente Próximo e na China, desde onde se estendeu por quase todo o mundo e que deu o nome à Idade do Bronze.
Umas das
minas de estanho mais importantes da Antiguidade se achavam nas Ilhas Britânicas. Originalmente o comércio foi dominado pelos Fenícios. Depois, o controle deste importante recurso provavelmente fora a razão da invasão romana na Britânia.
Metal incandescente.
Os
Hititas foram um dos primeiros povos a obter o ferro a partir dos seus minerais. Este processo é muito mais complicado já que requer temperaturas mais elevadas e, portanto, a construção de fornos especiais. No entanto, o metal obtido assim era de baixa qualidade com um elevado conteúdo em carbono, tendo que ser melhorado em diversos processos de purificação e, posteriormente, ser forjado. A humanidade demorou séculos para desenvolver os processos actuais de obtenção de aço (geralmente por oxidação das impurezas insuflando oxigênio ou ar no metal fundido, processo conhecido com o nome de "processo de Bessemer"). O seu domínio foi um dos pilares da Revolução Industrial.
Outra meta metalúrgica foi a obtenção do
alumínio. Descoberto a princípios do século XIX e, no princípio, obtido por redução dos seus sais com metais alcalinos, destacou-se pela sua rapidez. O seu preço superou o do ouro e era tão apreciado que uns talheres presenteados à corte francesa foram fabricados neste metal. Com o descobrimento da síntese por electrólise e posteriormente o desenvolvimento dos geradores eléctricos, o seu preço caiu, abrindo-se novo.




A cerâmica


Outro campo de desenvolvimento que acompanhou o homem desde a Antiguidade até o laboratório moderno é a cerâmica. Suas origens datam da pré-história, quando o homem descobriu que os recipientes feitos de argila mudavam as suas características mecânicas e incrementavam sua resistência frente à água se eram esquentados no fogo. Para controlar melhor o processo desenvolveram-se diferentes tipos de fornos. No Egipto descobriu-se que, recobrindo a superfície com misturas de determinados minerais (sobretudo misturas baseadas no feldspato e a galena, esta se cobria com uma capa muito dura e brilhante, o esmalte, cuja cor podia variar livremente adicionando pequenas quantidades de outros minerais e/ou condições de aeração no forno). Estas tecnologias difundiram-se rapidamente. Na China aperfeiçoaram-se as tecnologias de fabricação das cerâmicas até descobrir a porcelana no século VII. Somente no século XVIII foi que Johann Friedrich Böttger reinventou o processo na Europa.


Relacionado com o desenvolvimento da cerâmica está o desenvolvimento do vidro a partir do quartzo e do carbonato de sódio ou de potássio. O seu desenvolvimento igualmente começou no Antigo Egipto e foi aperfeiçoado pelos romanos. A sua produção em massa no final do século XVIII obrigou ao governo francês a promover um concurso para a obtenção do carbonato sódico, já que com a fonte habitual - as cinzas da madeira - não se obtinham em quantidades suficientes como para cobrir a crescente demanda. O ganhador foi Nicolas Leblanc, ainda que seu processo caiu em desuso devido ao processo de Solvay, desenvolvido meio século mais tarde, que deu um forte impulso ao desenvolvimento da indústria química.
Sobretudo as necessidades da indústria
óptica de vidro de alta qualidade levaram ao desenvolvimento de vidros especiais com adicionados de boratos, aluminosilicatos, fosfatos etc. Assim conseguiram-se vidros com constantes de expansão térmica especialmente baixas, índices de refracção muito elevados ou muito pequenos, etc. Este desenvolvimento impulsionou, por exemplo, a química dos elementos das terras-raras.
Ainda hoje a cerâmica e o vidro são campos abertos à investigação.


A química como ciência


O fiilósofo grego Aristóteles acreditava que as substâncias eram formadas por quatro elementos: terra, vento, água e fogo. Paralelamente, discorria outra teoria, o atomismo, que postulava que a matéria era formada por átomos, partículas indivisíveis que se podiam considerar a unidade mínima da matéria. Esta teoria, proposta pelo filósofo grego Demócrito de Abdera não foi popular na cultura ocidental dado o peso das obras de Aristóteles na Europa. No entanto, tinha seguidores (entre eles Lucrécio) e a idéia ficou presente até o princípio da Idade Moderna.
Entre os séculos III a.C. e o
século XVI d.C a química estava dominada pela alquimia. O objetivo de investigação mais conhecido da alquimia era a procura da pedra filosofal, um método hipotético capaz de transformar os metais em ouro. Na investigação alquímica desenvolveram-se novos produtos químicos e métodos para a separação de elementos químicos. Deste modo foram-se assentando os pilares básicos para o desenvolvimento de uma futura química experimental.


A química, como é concebida actualmente, começa a desenvolver-se entre os séculos XVI e XVII. Nesta época estudou-se o comportamento e propriedades dos gases estabelecendo-se técnicas de medição. Pouco a pouco foi-se desenvolvendo e refinando o conceito de elemento como uma substância elementar que não podia ser descomposto em outras. Também esta época desenvolveu-se a teoria do flogisto para explicar os processos de combustão.
Por volta do
século XVIII a química adquire definitivamente as características de uma ciência experimental. Desenvolvem-se métodos de medição cuidadosos que permitem um melhor conhecimento de alguns fenômenos, como o da combustão da matéria, descobrindo Antoine Lavoisier o oxigênio e assentando finalmente os pilares fundamentais da química moderna.


O vitalismo e o começo da química orgânica

Tão cedo se compreendessem os princípios da combustão, outro debate de grande importância apoderou-se da química: o vitalismo e a distinção essencial entre a matéria orgânica e inorgânica. Esta teoria assumia que a matéria orgânica só podia ser produzida pelos seres vivos atribuindo este facto a uma vis vitalis (força ou energia vital) inerente na própria vida. A base desta teoria era a dificuldade de obter matéria orgânica a partir de precursores inorgânicos. Este debate foi revolucionado quando Friedrich Wöhler descobriu acidentalmente como se podia sintetizar a ureia a partir do cianato de amónio, em 1828, mostrando que a matéria orgânica podia criar-se de maneira química. No entanto, ainda hoje se mantém a classificação em química orgânica e inorgânica, ocupando-se a primeira essencialmente dos compostos do carbono e a segunda dos compostos dos demais elementos.
Os motores para o desenvolvimento da química orgânica eram, no princípio, a curiosidade sobre os produtos presentes nos seres vivos (provavelmente com a esperança de encontrar novos
fármacos) e a síntese dos corantes ou tinturas. A última surgiu depois da descoberta da anilina por Runge e a primeira síntese de um corante artificial por Perkin.
Depois adicionaram-se os novos materiais como os
plásticos, os adesivos, os cristais líquidos, os fitossanitários, etc.
Até à
Segunda Guerra Mundial a principal matéria-prima da indústria química orgânica era o carvão, dada a grande importância da Europa no desenvolvimento desta parte da ciência e o facto de que em Europa não há grandes jazigos de alternativas como o petróleo.
Com o final da segunda guerra mundial e o crescente peso dos
Estados Unidos no sector químico, a química orgânica clássica se converte cada vez mais na petroquímica que conhecemos hoje. Uma das principais razões era a maior facilidade de transformação e a grande variedade de produtos derivados do petróleo


A tabela periódica e a descoberta dos elementos químicos


Em 1860, os cientistas já tinham descoberto mais de 60 elementos químicos diferentes e tinham determinado sua massa atômica. Notaram que alguns elementos tinham propriedades químicas similares pelo que deram um nome a cada grupo de elementos parecidos. Em 1829, o químico J. W. Döbenreiner organizou um sistema de classificação de elementos no qual estes agrupavam-se em grupos de três denominados tríades. As propriedades químicas dos elementos de uma tríade eram similares e suas propriedades físicas variavam de maneira ordenada com sua massa atômica.
Alguns anos mais tarde, o químico
russo Dmitri Ivanovich Mendeleyev desenvolveu uma tabela periódica dos elementos segundo a ordem crescente das suas massas atômicas. Dispôs os elementos em colunas verticais começando pelos mais levianos e, quando chegava a um elemento que tinha propriedades semelhantes às de outro elemento, começava outra coluna. Em pouco tempo Mendeleiev aperfeiçoou a sua tabela acomodando os elementos em filas horizontais. O seu sistema permitiu-lhe predizer com bastante exatidão as propriedades de elementos não descobertos até o momento. A grande semelhança do germânio com o elemento previsto por Mendeleyev conseguiu finalmente a aceitação geral deste sistema de ordenação que ainda hoje segue-se aplicando.


A evolução da tabela periódica










Tabela periódica atual













Tabela periódica de Mendeleyev


Desenvolvimento da teoria atômica


Ao longo do século XIX a química estava dividida entre os seguidores da teoria atómica e aqueles que não a subscreviam, como Wilhelm Ostwald e Ernst Mach. Os impulsores mais decididos da teoria atômica foram Amedeo Avogadro, Ludwig Boltzmann e outros, que conseguiram grandes avanços no entendimento do comportamento dos gases. A disputa foi finalizada com a explicação do efeito Browniano por Albert Einstein em 1905 e pelos experimentos de Jean Perrin a respeito.
Muito antes que a disputa tivesse sido resolvida muitos pesquisadores tinham trabalhado sob a hipótese atômica.
Svante Arrhenius tinha pesquisado a estrutura interna dos átomos propondo a sua teoria da ionização. O seu trabalho foi seguido por Ernest Rutherford, quem abriu as portas ao desenvolvimento dos primeiros modelos de átomos que desembocariam no modelo atômico de Niels Bohr. Na actualidade o estudo da estrutura do átomo considera-se um ramo da física e não da química.